Em apenas 48 horas, Maceió foi atingida por um volume de chuva equivalente à média histórica prevista para todo o mês de maio. Segundo dados divulgados pela Defesa Civil Municipal, foram registrados 291 milímetros de precipitação entre o sábado (17) e a manhã desta segunda-feira (19). O impacto foi imediato: ruas alagadas, deslizamentos de terra, quedas de árvores e famílias desalojadas.
O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, esteve nesta manhã no programa Balanço Geral Alagoas, da TV Pajuçara, para atualizar a população sobre a situação crítica enfrentada pela cidade. Ele destacou que, com o acumulado recente somado às chuvas do início do mês, a capital alagoana já atingiu – e até superou – o que seria esperado para maio inteiro.
“Hoje a gente registra 291 milímetros de chuva nessas 48 horas, ou seja, chega a quase 300 milímetros. Já alcança o que deveria chover em todo o mês de maio, se for somar com o que havia chovido no início do mês”, afirmou o coordenador.
Apesar da magnitude do acumulado, Nobre tranquilizou a população ao dizer que a tendência, de acordo com as previsões meteorológicas, é de redução na intensidade das chuvas ainda na noite desta segunda-feira. No entanto, o alerta máximo segue mantido por precaução.
“Continuamos no alerta máxima, fazendo o atendimento às pessoas. Nesse momento, tem a gravidade com queda de árvore, desabamento, pessoas ilhadas… Estamos fazendo as visitas para que as pessoas se sintam mais amparadas e acolhidas”, explicou.
A prioridade da Defesa Civil no momento é garantir a segurança e a integridade dos moradores das áreas mais atingidas. O número de ocorrências atendidas nas últimas horas evidencia a dimensão do problema: 207 chamados foram registrados até as 7h da manhã desta segunda, sendo 43 relacionados a deslizamentos de terra.
Até agora, 18 pessoas estão desalojadas, ou seja, tiveram que deixar suas casas temporariamente, mas não perderam totalmente os imóveis. Não há, até o momento, registros de desabrigados – termo usado quando há perda total da residência.
As áreas mais críticas concentram-se nos bairros de maior vulnerabilidade geográfica e social, onde os efeitos da chuva foram mais severos. Pontos tradicionais de alagamento, como cruzamentos centrais e vias de grande fluxo, ficaram intransitáveis, impactando diretamente o deslocamento de veículos e o funcionamento do transporte público.
Além da capital, outros municípios alagoanos também enfrentam dificuldades por conta das chuvas, embora Maceió concentre a maioria dos chamados registrados pelas autoridades. As equipes da Defesa Civil seguem em campo monitorando encostas, orientando moradores e oferecendo apoio emergencial às famílias afetadas.
Ainda durante a entrevista, Nobre reforçou que, encerrado o período de maior intensidade das chuvas, as ações estruturais de mitigação serão retomadas.
“É claro que, quando ar o período da chuva, a gente retoma as ações de mitigação, com a colocação de lonas, obras, para que a prioridade no momento seja guardar vidas”, disse o coordenador, frisando que o foco agora é evitar tragédias maiores.
A Defesa Civil pede que a população continue atenta aos alertas e siga as orientações de segurança, especialmente moradores de áreas de risco. Em caso de emergência, os cidadãos podem acionar o órgão por meio do telefone 199.