Política

Bolsonaro pede desculpas ao ministro Alexandre de Moraes durante depoimento

Bolsonaro pede desculpas a ministros do STF por críticas feitas em reunião ministerial; ele nega trama golpista e defende voto impresso no depoimento.

Atualizado 5 dias atrás
Jair Bolsonaro durante depoimento - @Reprodução
Jair Bolsonaro durante depoimento - @Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento nesta terça-feira (10) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente negou envolvimento na trama denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e afirmou que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”.

Logo no início da oitiva, Bolsonaro foi questionado sobre sua campanha em defesa do voto impresso e sobre uma reunião ministerial realizada em julho de 2022, onde teria feito críticas aos ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em sua resposta, ele reafirmou a defesa do voto impresso, dizendo ter trabalhado por essa pauta desde os tempos de parlamentar, e mencionou o atual ministro Flávio Dino, que em 2010 também teria questionado o sistema eletrônico de votação.

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Pedido de desculpas marcou fala sobre críticas em reunião ministerial

Um dos momentos mais destacados do interrogatório foi o pedido de desculpas de Bolsonaro aos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, alvos de suas falas na reunião de julho de 2022. O ex-presidente classificou o episódio como um desabafo e afirmou que sua intenção não era acusar os magistrados de qualquer desvio de conduta.

“Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fossem outros três ocupando teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe. Não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”, disse Bolsonaro durante a audiência.

Na mesma sessão, também foram ouvidos o almirante Almir Garnier Santos, que negou conhecimento de minuta de golpe, o ex-ministro Anderson Torres, que relatou desespero diante dos atos de 8 de Janeiro, e o general Augusto Heleno, que optou por exercer o direito ao silêncio em relação às perguntas de Moraes.

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O processo está em fase final de instrução. Bolsonaro é um dos oito réus acusados de integrar o núcleo principal do suposto plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. As audiências seguem até sexta-feira (13), e o julgamento deve ocorrer ainda no segundo semestre. Em caso de condenação, as penas podem ultraar 30 anos de prisão.